De
algumas décadas para cá a procura por produtos integrais aumentou
consideravelmente. E cada período tem o produto da vez, como o arroz
integral, a aveia, a farinha de linhaça e recentemente a ração humana
que despertou muito interesse e procura. Mas não basta apenas ser
integral; é preciso verificar a sua procedência e processos
manipulatórios para que o produto chegue ao consumidor final com todas
as suas propriedades e benefícios intactos e seguros. Engenheiro de
Alimentos, responsável técnico e um dos sócios da Bioprim, empresa de
produtos naturais, Kelvin Hoffmannl, é categórico: “Fazer um produto
necessita muito mais do que aparenta”. Antes muito ligados às sabedorias
e crendices populares, hoje os produtos integrais teem as suas
propriedades cada vez mais cientificamente comprovadas.
Para
ele é preciso que os produtos comercializados estejam dentro das normas
da legislação vigente de segurança alimentar, do início até a expedição
para o mercado. Explica que é preciso fazer uma seleção dos
fornecedores, o controle analítico e de recebimento dos produtos, da
produção, da higiene pessoal, do controle das pragas. O seu sonho como
engenheiro da área era o de levar saúde para as pessoas através dos
alimentos. Por isto, quando encontrou as parcerias certas, abriu a
Bioprim, empresa que procede completo rastreamento dos seus produtos,
como os cuidados com a água, procedimentos, manejos dos resíduos e
análises normais do produto acabado. Ou seja, não adianta comer linhaça,
uma das atuais campeãs de preferência, se ela contiver agrotóxicos e
microtoxinas cancerígenas, por exemplo. Para ele o consumidor final tem
papel fundamental, verificando, principalmente a procedência do produto e
todos os requisitos necessários. Estar bem embalado, isento de
contaminantes, ter procedência de um produtor que possui boas práticas
agrícolas, como controle de pragas, são alguns dos mais importantes.
Todo o cuidado no beneficiamento dos grãos
A
matéria-prima, informa, vem principalmente do interior do estado e da
região metropolitana. E grande parte de São Paulo e do exterior. O
processo inclui a recepção dos grãos e sementes que são colhidos, limpos
e ensacados. As empresas de beneficiamento, depois da compra realizam o
processo da limpeza e classificação, para serem enviados aos
consumidores finais. O importante neste ciclo é ter uma estocagem
correta. Umidade, por exemplo, pode produzir microtoxinas nocivas, assim
como fungos. Portanto, o local apropriado, com ventilação, é
fundamental para a estocagem, segurança e qualidade final do produto.
“Os grãos respiram. Se não tiver ventilação podem aquecer e fermentar. O
grão passa por um refinamento, onde é classificado e limpo”, informa o
engenheiro. Assim resulta num produto limpo e também com menos carga
microbiológica.
Todos
os produtos naturais como fibra de maracujá, fibra de trigo, aveia,
linhaça, açúcar mascavo, levedo de cerveja, entre outros, devem ser
elaborados com cuidado em todo o processo, do início ao fim, visando
obter alimentos com ótimas características sensoriais de cor, aroma,
gosto, atendendo os padrões de identidade e qualidade do produto e
isento de contaminantes que possam fazer mal ao consumidor final.
Alimentação natural, vital para evitar doenças
Citando
Marcio Bontempo, médico considerado o introdutor da medicina científica
natural do Brasil, o engenheiro vê grandes problemas na maneira como a
grande maioria das pessoas hoje se alimenta. “A gente não tem mais tempo
nem para fazer uma alimentação correta, pela pressa. Acabam faltando
vitaminas, minerais”, diz ele, afirmando que o refinamento acaba tirando
fibras e vitaminas dos alimentos. Essa carência de nutrientes, segundo
ele, provocam stress, doenças, depressão, insônia e obesidade. “A
maioria das doenças tem relação com a má alimentação”, afirma, ao mesmo
tempo em que recomenda uma dieta equilibrada, evitando-se produtos como
salsichas, carne vermelha, café, açúcar branco, apimentados, defumados e
industrializados em geral. Por outro lado, vê o mercado dos produtos
naturais em expansão. E um aumento de conscientização sobre alimentação,
fundamental “para se viver com felicidade e saúde”, finaliza.